terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Lista

Li uma vez  num blog - acho que era no do L.A. Fischer, citando alguém, por sua vez - que uma das facilidades de se manter um blog é que, quando não se tem o que escrever, pode-se fazer e postar uma lista de coisas. Bom, alguma verdade deve haver aí, pois a Maitena ficou famosa (e rica) publicando... listas! Para quem não sabe, Maitena é aquela argentina que ficou famosa com seu livro "Mujeres alteradas" (depois vieram outros, mas esse é o melhor); é divertidíssimo, mas é todo escrito em forma de listas.
Bom, como costumam dizer que sou um ser de humor instável (tenho certeza de que é um eufemismo amigo para mal-humorada mesmo), vou começar minha lista - a la Maitena -  pelas 7 coisas que costumam me irritar:
1 - Falta de cortesia: em outra vida, devo ter tido aulas de etiqueta desde pequena, pois não suporto falta de educação, e digo cortesia em questões básicas: cumprimentar na chegada, dar tchau na saída, pedir licença, desculpas; comer com os talheres direitinho (sem aquela faca armada como para atacar quem olhar pro bife do comilão), não usar palito de dente, dar preferência às mulheres e aos idosos numa porta. Gente, ser educado é elegantésimo - sou capaz de me apaixonar por um homem por só ele abrir a porta do carro para mim (taxistas não vale; eu só ando de táxi, já teria me apaixonado por toda a frota de PoA).
2 - Olhar "carregado", ou seja, gente que, sem me conhecer, na rua, num elevador ou numa sala de espera, fica me olhando de cima a baixo. Que é isso? Não consegue esconder a curiosidade? (Pode ser frescura, mas fico com a impressão de ter sido coberta com um manto de energia ruim...) De novo, a educação: ser discreto.
3 - Excesso de dengo em público, por exemplo:  gente que fala gemendo (estilo Cláudia Tajes): sem comentários.
4 - Mensagens eletrônicas com texto cheio de abreviaturas: preguiça de escrever ou inabilidade mesmo?
5 - Mensagens eletrônicas (de novo)  sem assunto, com um link (pesadíssmo, gigas e gigas) e um textinho: "Não deixem de abrir, é superlegal!" (ou "importantíssimo"). Geralmente, vêm de amigos... Custava dizer do que se trata para eu poder decidir se quero abrir ou não?
6 - Expressões como "pessoa humana", "beijo no coração" e outros chavões que não lembro agora, mas que aparecem  nas canções sertanejas e nessas choradeiras que chamam de pagode (que, por sinal, me irritam muito também quando tenho a tristeza de ter que ouvir).
7 - Uma pergunta apedeuta  (como diria meu querido Paulo Guedes) que ouvi várias vezes (de professores universitários): "tu trabalhas ou só dás aula?"; também, sem comentários.

Por que só sete? Porque são só coisas que me irritam, que testam minha capacidade de tolerância com meus semelhantes. Se fosse uma lista de coisas que me mortificam, que me arrasam,  eu diria que detesto ver mulheres papeleiras grávidas puxando carrocinhas cheias de lixo pelas ruas desta cidade (com mais um ou dois filhos no carrinho); detesto ver que, a praça, na esquina da minha casa, no Centro de PoA, está cheia de crianças viciadas, e ninguém faz nada; detesto a sujeira das ruas do Centro; detesto  - porque não dirijo - ter que andar de táxi (e pagar caro por isso), visto que o transporte público é muito ruim; detesto a péssima qualidade da programação da tv aberta... Enfim, a lista seria enorme, mas isto é um blog, não um panfleto.

Um comentário:

  1. Querida, adorei tua iniciativa, está muito bacana esse blog. Esse texto, em especial, lembra uma crônica que a Clarice L. publicou no JB e que está no maravilhoso "A descoberta do mundo"(presente teu)cujo título "Dies Irae" trata de questões tão inquietantes quanto as que apontas:"(...) Não tenho pena dos que morrem de fome. A ira é que me toma. E acho certo roubar para comer." Bjo

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